Ricardo Moura vence Rali Torrié

Pela primeira vez na história da competição, um piloto açoriano venceu uma prova continental pontuável para o Campeonato de Portugal de Ralis.

Ricardo Moura vence Ralli Torrié

Ricardo Moura, acompanhado por António Costa, em Mitsubishi Lancer, venceu, este fim-de-semana, o Rali Torrié, alcançando um feito inédito, pois pela primeira vez um piloto açoriano conquistou uma prova continental pontuável para o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR).

A dupla assistida pela ARC Sport, foi a mais rápida a percorrer as classificativas de asfalto da Póvoa de Lanhoso e de Vieira do Minho, não dando qualquer chance aos seus adversários a partir do momento em que Pedro Peres desistiu cedo na prova com problemas mecânicos, no sábado, e numa altura em que se perfilava como o mais directo oponente de Moura.

O Campeão Regional Açoriano e Campeão Nacional de Produção em título viu a sua vida ficar ainda mais facilitada na manhã de domingo, na segunda classificativa do dia, com os problemas de Vitor Pascoal, altura a partir da qual se limitou a gerir a sua vantagem até ao final. Sem adversários por perto, Moura levou o Mitsubishi Lancer Evo IX até ao pódio em Vieira do Minho, vencendo três das restantes cinco provas especiais de classificação.

Paulo Antunes começou a temporada com um segundo lugar da geral, vitória indiscutível nas duas rodas motrizes, e também no Challenge Citroen. Para o piloto de Fafe foi um prémio por todo o trabalho da equipa, que se apresentou à partida deste Rali Torrié numa decisão de última hora.

Ricardo Moura vence Ralli Torrié

Já Ivo Nogueira, que se afirma cada vez mais como uma boa promessa do automobilismo nacional, conseguiu, mais uma vez, destacar-se pela positiva. Na estreia, o seu Citroen DS3 R3T averbou um terceiro lugar final, isto depois de ter sofrido a pressão de Frederico Gomes e Ricardo Marques. Gomes teve uma saída de estrada que o atrasou, enquanto Ricardo Marques teve problemas no C2 e desistiu perto do final. Nogueira ficou assim sozinho e, tal como Moura e Antunes, teve a partir daí a tarefa única de trazer o carro até ao final, mas ainda teve tempo de vencer surpreendentemente a derradeira super-especial do rali.

Vítor Pascoal ainda recuperou até ao quarto lugar, depois do toque matinal que lhe empenou um braço de suspensão e o obrigou a percorrer o troço de Serradela nessas condições. Mudado o braço de suspensão do Lancer Evo X, Pascoal voltou à carga e ainda venceu uma especial. Carlos Oliveira terminou em quinto numa prova em que o objectivo era testar novos componentes no Subaru Impreza.

Na Taça de Portugal, a vitória ficou em “casa”, pois a dupla formada por José Ribeiro de Castro e António Vieira venceu, com a particularidade de a equipa representar de forma directa os municípios que acolheram o rali, Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho, pois o piloto é vieirense e o co-piloto é povoense.

No Regional de Ralis Nordeste, coube a Paulo Silva e Sofia Mouta levar o troféu mais desejado para casa. O sempre espectacular piloto do BMW 325 venceu as especiais mais longas do rali e apenas na super-especial de sábado cometeu um erro que nunca chegou a pôr em perigo a sua vitória.

Bons indicadores
para a ARC Sport

Vítor Lopes

Ricardo Moura e António Costa levaram o Mitsubishi Lancer Evo IX ao triunfo no Rali Torrié, primeira prova do Campeonato de Portugal de Ralis 2011. Depois de ter conquistado três títulos consecutivos nos Açores e de se ter sagrado Campeão Nacional de Produção na época passada, Ricardo Moura voltou a sublinhar a sua classe na prova minhota, deixando em aberto excelentes perspectivas para a nova temporada.

“Foi um resultado muito importante. A primeira vitória absoluta que alcancei ao nível nacional, e também a primeira vitória absoluta para a ARC Sport, o que me deixa muito feliz, por ter sido o primeiro piloto a conseguir esse resultado para a equipa. Acho que realizámos uma prova inteligente, com o carro sempre impecável. Defendemos a imagem dos Açores, uma região moderna que apoia o desporto, e isso deixa-me bastante satisfeito. Em termos futuros vamos ter de esperar, pois só iremos perceber quem são os nossos verdadeiros adversários depois do Rali do Porto. Espero que este magnífico resultado seja um bom prenúncio para boas novidades em relação ao PWRC”, afirmou Ricardo Moura.

Vítor Lopes regressou ao Campeonato de Portugal de Ralis depois de uma longa paragem. Ao volante do Subaru Impreza da ARC Sport e acompanhado por Hugo Magalhães, o piloto projectava essencialmente ganhar ritmo e conhecer mais profundamente o carro, pois esta era a sua primeira prova em asfalto ao volante do Impreza. Diversos problemas durante a primeira e segunda especial impediram Vítor Lopes de alcançar um bom resultado, apesar de ter coleccionado excelentes tempos nas restantes especiais da prova.

João Silva

“Acabámos o rali como devíamos ter começado. Apesar de tudo, e depois de um ano de paragem, acho que foi uma prova positiva, pois conseguimos um conhecimento mais aprofundado do carro no primeiro contacto com o asfalto. Em terra a música será outra”, referiu Vítor Lopes, já a pensar nas especiais da região de Fafe, que tão bem conhece.

Depois de ter conquistado o título de Campeão da Madeira de 2L/2RM e de ter revalidado a categoria júnior no campeonato madeirense, João Silva está apostado em disputar a mesma especialidade a nível nacional, com o Renault Clio R3 construído pela ARC Sport. Uma saída de estrada logo na segunda especial da prova colocou o piloto no último lugar da classificação geral. Rubricando uma segunda etapa fantástica, João Silva e José Janela coleccionaram bons resultados, que prometem excelentes perspectivas para época que agora começou.

“Tirando o azar de ontem [sábado], provámos o nosso valor. Em condições normais fomos os mais rápidos entre os carros de duas rodas motrizes, tendo conseguido evoluir muito durante este rali. Quero agradecer todo o trabalho efectuado pela ARC Sport, bem como todo o apoio do Engº Rui Soares, essenciais para os resultados que consegui alcançar. Um forte agradecimento também para o público, que me ajudou a sair de uma situação difícil, e que me apoiou sempre muito ao longo de toda a prova. O campeonato ainda agora começou e o meu objectivo continua intacto: Chegar ao título nacional de 2L/2RM”, disse João Silva.

Hugo Mesquita

Em estreia absoluta nos ralis esteve Hugo Mesquita, que estreou também um Citroen DS3 construído nas oficinas da ARC Sport. Acompanhado pelo experiente Nuno Rodrigues da Silva, o jovem piloto açoriano, com carreira desportiva nos karts e na velocidade, deixou excelentes indicadores no primeiro rali que efectuou.

“Foi o primeiro rali da minha carreira, onde consegui aprender um pouco de tudo. Para mim foi uma experiência totalmente nova e muito diferente dos conhecimentos que tinha adquirido na velocidade. O carro mostrou-se fácil de guiar, seguro e com uma caixa de velocidades fantástica. Em termos de motor não tenho referências, mas pareceu-me bastante competitivo. Acho que fui sempre melhorando o andamento de troço para troço, com a ajuda preciosa do Nuno Rodrigues da Silva”, afirmou Hugo Mesquita.

Para a ARC Sport este é o início de mais uma época carregada de responsabilidades. Para já, começou o ano a ganhar, com Ricardo Moura e António Costa, mas muitos outros desafios espreitam a equipa de Aguiar da Beira durante 2011. “Quero dar os parabéns a todos os pilotos, sem excepção, embora alguns dos resultados não tenham correspondido ás exibições. Sem o habitual empenho e a dedicação de toda a equipa, não tinha sido possível alcançar estes resultados tão positivos”, sublinhou Augusto Ramiro, responsável pela ARC Sport.

Classificação final do Rali Torrié

Pos.
Piloto / Co-Piloto
Carro
Tempo
1
Ricardo Moura / António CostaMitsubishi Lancer Evo IX1h04m17,7s
2
Paulo Antunes / Alberto OliveiraCitroen C2 R2 Maxa 1m42,9s
3
Ivo Nogueira / Vítor HugoCitroen DS2 R3Ta 2m41,8s
4
Vítor Pascoal / Mário CastroMitsubishi Lancer Evo Xa 3m45,7s
5
Carlos Oliveira / Jorge CarvalhoSubaru Imprezaa 6m37,0s
Ricardo Moura vence Ralli Torrié


28-02-11 - Lusomotores

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